Ilha Navarino: trekking extremo no fim do mundo e uma história que vai além da natureza
- Emanuel Silveira
- 16 de jun.
- 3 min de leitura
Aqui vai um pouco sobre uma aventura que mexeu comigo lá no extremo sul do Chile — a Ilha Navarino.
É um lugar que carrega muita história, desafios de verdade e uma natureza bruta, que poucas pessoas tiveram a chance de experimentar assim tão de perto.
Por que Ilha Navarino?
A ilha tem um nome curioso. Ela recebeu esse nome em homenagem a uma batalha — a Batalha de Navarino — que rolou lá na Grécia, no começo do século XIX. Foi uma batalha decisiva para a independência da Grécia, lá por volta de 1827. O curioso é que o navio HMS Beagle, famoso pela expedição de Charles Darwin que veio estudar a origem das espécies aqui na América do Sul, passou por ali. E não sei se foi o próprio Darwin que falou, mas a tripulação homenageou a ilha dando esse nome, lembrando aquela batalha histórica.
Curioso, né? Uma conexão entre os picos que parecem dentes afiados e a história marítima europeia, tudo isso no extremo sul da América.
Pra você ter uma ideia da localização, a ilha está a uns 800 quilômetros em linha reta da Antártica. Ou seja, é pertinho do frio de verdade. Está situada na província de Magalhães e Antártica Chilena, um lugar onde o clima muda a todo instante e você precisa estar pronto pra tudo.
O fim do mundo é realmente em Ushuaia?
Pois é, muita gente pensa isso, mas na real, cruzando o Canal Beagle, a última cidade do continente sul-americano é Porto Williams, lá na ilha. É praticamente o ponto final mesmo, o que dá ainda mais aquele gostinho de aventura de verdade pra quem vai pra lá.
Como é o trekking?
Encontramos por aí que a rota foi mapeada nos anos 1990. E a paisagem sempre muda: seja pelo movimento da natureza ou pela presença de castores, que vem modificado extensivamente a floresta. No trajeto, vemos ossadas desses animais, buracos e troncos derrubados por eles.
São cerca de 45 quilômetros em 4 dias de caminhada e 3 noites acampando, com uma altimetria acumulada de mais de 2.200 metros de subida e descida. Não é passeio, não — o terreno é técnico, tem muita pedra solta, passos difíceis nas montanhas, pântanos, neve e mais uma porção de surpresas que só quem vai lá conhece.
Os acampamentos ficam próximos a lagoas, algumas delas impressionantes, com aquela água cristalina que reflete as montanhas pontiagudas — os tais “dentes” que dão nome à paisagem. Acampar assim, na beira da lagoa, com o silêncio da natureza ao redor, é uma experiência quase sagrada.
Você também precisa estar pronto para encarar o clima instável e imprevisível da região. Pode fazer sol, chuva, vento forte e até neve no mesmo dia. E é isso que torna o trekking um desafio único, que exige preparo físico, boa mentalidade e uma vontade enorme de se conectar com a natureza selvagem.
Por que essa viagem é diferente de tudo que você já fez
Se você curte trekking, já deve ter passado por lugares turísticos cheios de gente, com trilhas bem demarcadas e estruturadas. Aqui não é assim. Navarino é para quem quer o extremo, o selvagem, aquele contato real com o que ainda resta de natureza bruta na América do Sul.
É o tipo de aventura que te coloca pra pensar no mundo de uma forma diferente. Caminhar por essa ilha, com sua história, seu clima rigoroso, em um "cenário bruto", é um mergulho no silêncio, na grandiosidade e na simplicidade da vida.
Além disso, o trekking conecta você a uma região cheia de histórias, desde os primeiros povos que habitaram a ilha até os exploradores que deram nome a essas terras remotas. É um lugar que conta uma história viva.
Quer encarar esse desafio com a gente?
A Latitude 51 está organizando a próxima expedição para o trekking na Ilha Navarino, 26/12 a 01/01. É a oportunidade perfeita para viver essa aventura que mistura história, desafio e natureza como poucas no planeta, já na virada do ano!
👉 Este trekking faz parte do roteiro Patagônia Extrema da Latitude 51.
Depois da Ilha Navarino, você pode seguir com a gente para o Cabo Froward, Valle del Avilés e Las Horquetas. Uma sequência de travessias que conectam os pontos mais remotos e selvagens da Patagônia. Se quiser saber mais, é só falar com a gente!
Confira o roteiro completo aqui.
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